Com a poluição ambiental sendo uma preocupação significativa e crescente em todo o planeta, governos e fabricantes de automóveis estão se esforçando ativamente para reduzir as emissões nocivas de carros movidos a combustão.
Nesse contexto, diversos países estão buscando soluções sustentáveis e adotando medidas para controle e redução dos níveis de poluentes emitidos na camada de ozônio. Entre elas, podemos destacar o Euro 6, um sistema obrigatório na Europa e que tem influenciado o setor de transportes mundo afora.
O padrão Euro 6
Euro 6 é um conjunto de normas de emissões para veículos que foram implementadas na União Europeia em setembro de 2014. O objetivo dessas normas é reduzir ainda mais as emissões de gases poluentes e melhorar a qualidade do ar nas cidades.
As regulamentações presentes no Euro 6 estabelecem os limites máximos para certos gases nocivos e partículas que um carro pode emitir. Os principais gases são óxidos de nitrogênio (NOx) e hidrocarbonetos. Sendo assim, os veículos que atendem aos requisitos do Euro 6 devem ter sistemas de tratamento de emissões mais avançados, como catalisadores, filtros de partículas e sistemas de recirculação de gases de escape.
Os padrões europeus de emissão foram introduzidos em 1993 para ajudar na medição e controle do impacto ambiental dos carros novos. Atualmente, se um carro novo for colocado à venda na Europa, ele deve atender ao mais recente padrão europeu de emissões.
O que muda para caminhões?
Assim como nos veículos leves, o Euro 6 também é aplicável a caminhões e outros veículos pesados que operam na União Europeia. Ou seja, os motores a diesel e gasolina de caminhões precisam cumprir com os limites mais rigorosos de emissões de NOx, partículas e gases de escape.
Os fabricantes de veículos pesados, como caminhões e ônibus, precisam adotar as regras do Euro 6 para poderem vender os seus veículos. Na prática, isso significa que os fornecedores precisam desenvolver motores mais limpos e eficientes, fazendo uso de tecnologias de tratamento de gases de escape (filtros de partículas e catalisadores, por exemplo) para atender aos limites de emissões mais rigorosos.
Portanto, os caminhões regulamentados pelo Euro 6 estão sujeitos a um controle mais severo acerca das emissões dos gases poluentes emitidos na atmosfera. Além disso, os proprietários desses caminhões precisam garantir que eles atendam aos requisitos de manutenção e inspeção técnica veicular, cumprindo assim as regras de emissões ao longo da vida útil do veículo.
No Brasil
Por aqui também sentimos o impacto do Euro 6 no setor de transportes, etapa conhecida como o oitavo estágio do Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores).
O Proconve é um programa brasileiro que estabelece limites máximos de emissões de poluentes para veículos automotores, com o objetivo de reduzir a poluição do ar e melhorar a qualidade do ar nas cidades.
O programa foi criado em 1986 e é regulamentado pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). O Proconve estabelece padrões de emissões de poluentes para motores a diesel e a gasolina, bem como para outros tipos de combustíveis alternativos, como o etanol e o gás natural.
O projeto é composto por várias fases, cada uma com limites de emissões mais exigentes. Em janeiro de 2023 entrou em vigor a última fase do programa, o Proconve P8, que estabelece limites de emissões de poluentes que são comparáveis aos padrões mais rigorosos do mundo, como os moldes do Euro 6 na União Europeia.
Para garantir que os veículos estejam em conformidade com os padrões do Proconve, os fabricantes de veículos precisam submeter seus modelos a testes em laboratórios credenciados pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). Além disso, a fiscalização e a inspeção veicular são realizadas por agências governamentais para garantir que os veículos em circulação estejam em conformidade com as normas do programa.
O que podemos esperar para o futuro
O Euro 7 é a próxima etapa das normas de emissões para veículos na União Europeia e ainda está em fase de desenvolvimento. Espera-se que as regulamentações da nova fase sejam ainda mais rigorosas do que as do Euro 6, com limites mais baixos para a emissão de poluentes, incluindo partículas ultrafinas e óxidos de nitrogênio.
Contudo, a implementação do Euro 7 enfrenta desafios técnicos e econômicos significativos. A adoção de tecnologias avançadas de tratamento de gases de escape pode aumentar o custo dos veículos e a imposição de limites mais inflexíveis de emissões pode exigir a reformulação completa dos motores a diesel.
Desse modo, a concretização do Euro 7 ainda está em fase de discussão e será necessário um equilíbrio cuidadoso entre os benefícios ambientais e as implicações econômicas para garantir que as normas sejam eficazes e viáveis para a indústria e a sociedade em geral.