Natal, ano novo, férias escolares. Final de ano é tempo de viajar. Muitos motoristas, porém, lembram apenas de realizar uma verificação básica no carro, como troca de óleo e alinhamento e balanceamento de rodas. Esquecem de muitos equipamentos fundamentais para o bom funcionamento do veículo. Isso pode significar a diferença entre uma viagem inesquecível ou uma grande dor de cabeça e muito prejuízo.
“O desgaste em um carro acontece em diversos equipamentos. Óleo e pneus são os mais visíveis mas não são os únicos. O motorista precisa ficar atento. Dependendo da maneira de dirigir, do modelo do carro e da quilometragem percorrida, o desgaste acontece de maneira diferente em equipamentos como suspenção, tensores de correia e rolamentos. Eles precisam ser avaliados periodicamente e, se necessário, substituídos. O problema é que muitos donos de carros só percebem isso quando é tarde demais. E aí as consequências podem ser até perigosas”, explica o engenheiro de aplicação da SKF do Brasil, Helber Antonio.
Uma bomba d’água, por exemplo, é um item que muitas vezes não aparece no topo da lista de prioridades quando se faz manutenção preventiva do veículo. Ela é responsável pelo sistema de arrefecimento do motor. Se estiver com defeito, o motor pode aquecer além de seu limite, colocando em risco os ocupantes do carro e resultando em um prejuízo tremendo.
Outros equipamentos que muitas vezes passam despercebidos são os tensionadores de correia e polias. Para que a força do motor seja transferida de maneira adequada para as rodas, o sistema da correia dentada precisa estar em ordem. É ela que permite o correto funcionamento das válvulas que comandam a circulação dos gases do cilindro. Em alguns veículos, inclusive, também são responsáveis pelas bombas d’água. Muitos vezes, porém, apenas as correias são trocadas. Se os tensionadores e polias estiverem desgastados ou com folga, eles podem ocasionar até o rompimento da correia.
“Como é possível perceber, as peças são interligadas e todas precisam estar funcinando corretamente. Por isso, além de pneus e óleo do motor, não podemos esquecer de verificar aquelas peças mais escondidas, que muitos de nós nem conhecemos, mas que são fundamentais para a própria segurança dos ocupantes do veículo”, afirma Antonio.
Recomendações
Para cada peça, recomenda-se, além de um revisão periódica, uma certa quilometragem para sua troca.
– Tensionador de correia e polias: além das verificações periódicas, que devem ser feitas a cada 20 mil km, na maioria dos veículos a troca é recomendada entre 40 mil e 60 mil km.
– Bomba d’água: se a manutenção for correta, nunca abrindo o reservatório com o motor quente, por exemplo, e trocando o líquido de arrefecimento a cada 30 mil km ou 1 ano de uso, prolonga-se a vida útil da peça.
– Atuadores hidráulicos e cilindros: é recomendável trocar o fluido do reservatório a cada 18 meses. Quanto à troca do sistema, não há um período definido, pois depende da maneira como o veículo é conduzio, por exemplo, se o motorista mantém muito o pé no pedal de embreagem ou se ele usa o acelerador e embreagem para manter o carro parado em rampas. São comportamentos que diminuem a vida útil do sistema de acionametno hidráulico e do conjunto de embreagem.
– Rolamento: a peça, que fica no eixo da roda, pode ser danificada com buracos e até enchentes, que prejudicam a graxa do rolamento. Ruídos normalmente indicam o desgaste da peça. Em baixas rotações, o motorista escuta um ruído mais grave. Em alta velocidade, o barulho é mais agudo. Se um desses rolamentos quebra, pode até causar o travamento da roda, significando um sério risco para os ocupantes do veículo. A recomendação é verificação a cada 20 mil km e troca a cada 70 mil km, em média.
– Componentes de direção e suspensão: revisão a cada 10 mil km, com balanceamento das rodas. Verificar borrachas da barra estabilizadora, pivôs, terminais de direção, barra de direção, bandeja, homocinética, coifas, molas e amortecedores. A coifa, também conhecida como manga sanfonada, é fundamental para a durabilidade da junta homocinética, pois evita o vazamento de graxa da junta e a protege do ambiente externo. Lembrando que muitos desses componentes necessitam de lubrificantes e graxas adequadas. A recomendação é que se substitua tais componentes, em média, a cada 70 mil km.
Fonte: SKF