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O alto índice de atropelamentos de animais silvestres nas rodovias da região Centro-Oeste Paulista gerou uma ação do Ministério Público. A promotoria quer que sejam criadas medidas como: a redução da velocidade em trechos de reserva ambiental e túneis sob a estrada que possam servir como passagem dos animais.

“Eles querem transitar e nós também, então acontece os altos índices de atropelamento. Por isso existem medidas que garantem a nossa segurança e a segurança deles. São essas alternativas técnicas que nós vamos cobrar, tanto do DER, quanto da concessionária da rodovia para que promova essa segurança para o usuário e para fauna”, explica o promotor Sérgio Campanharo.

Recuperação

A Associação Protetora dos Animais Silvestres de Assis (Apass) recebe vários animais atropelados, como um urutau, que perdeu o movimento das pernas. Ele está nas mãos do biólogo há um ano e meio e provavelmente não vai voltar à natureza.

Segundo o presidente da associação, Aguinaldo Marinho de Godoy, é comum animais atingidos a beira da rodovia que chegam à Apass. A associação busca recuperar vários animais como um gavião que quebrou a asa, uma siriema que teve que amputar um dos pés, uma arara vermelha que bateu em um caminhão que cruzava a pista, e apesar de cicatrizar os ferimentos, não consegue mais voar. “No caso de aves, 90% é irreversível, porque normalmente perdem a perna e fratura de asa. Ela até cicatriza, mas perde a aerodinâmica, o que impede o voô”, conta Godoy.

Uma onça de dez meses chegou à associação com um corte profundo no peito, depois de ser atropelada na rodovia que liga Assis a Marília. Ela está bem, mas não sabe caçar e nem se defender. “As queimadas fazem com que eles migrem para cidade em busca de alimento ou proteção, é onde acaba acontecendo acidentes.”

Levantamento

O último levantamento do Ministério Público aponta que 180 animais silvestres foram atropelados na região Centro-Oeste Paulista em um ano. Dois inquéritos foram abertos para investigar o porquê. Na rodovia Raposo Tavares foram identificados 40 pontos críticos e na rodovia Rachid Rayes, em um trecho de seis quilômetros dentro de um horto florestal, é que foi registrada a maioria dos atropelamentos.

A medida proposta pelo MP é para preservar as espécies, algumas já ameaçadas de extinção, como um macaco bugiu, que ficou cego depois de ser atropelado. “Com a diminuição desses animais sendo atropelados na rodovia, futuramente o governo deve investir para reproduzir a espécie em cativeiro para manter a espécie preservada. Isso gera muito dinheiro. Se a gente prevenir hoje no atropelamento, a gente não vai ter um gasto desnecessário amanhã”, diz Godoy.

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