De Juiz de Fora (MG) para o ABC paulista, a montadora transfere a montagem de caminhões leves. Do ABC para a fábrica mineira, transfere-se a produção de cabines. Em linhas gerais, essa é a reorganização que será feita pela Mercedes-Benz em busca de maior eficiência e competitividade de suas linhas de produção no Brasil. Para chegar lá, investimentos adicionais de R$ 730 milhões foram anunciados na sexta-feira pela montadora.
O caminhão leve Accelo, como confirmou a marca, sai em 2016 da fábrica de Juiz de Fora e passará a ser montado no parque industrial de São Bernardo do Campo, no ABC. A fábrica mineira, por sua vez, perde uma linha, mas, por outro lado, passará a concentrar toda a produção de cabines da marca porque essa atividade será desativada em São Bernardo.
A Mercedes Benz diz que a fábrica paulista ganha um espaço que pode ser aproveitado em futuras expansões. Haverá maior custo logístico para transportar toda a produção de cabines por mais de 500 quilômetros entre Juiz de Fora e São Bernardo. Porém, isso será compensado por ganhos de eficiência da nova organização, garante a empresa.
Não houve confirmação do fim da produção do caminhão extrapesado Actros na fábrica de Juiz de Fora a partir de 2018, como havia informado o sindicato dos metalúrgicos da região. Mas ao comunicar a reestruturação, a multinacional alemã informou que a fábrica do ABC terá condições de produzir no futuro todas as linhas de caminhões – um sinal claro de que o Actros realmente poderá mudar de casa.
Só a fábrica de São Bernardo vai receber mais R$ 500 milhões na modernização e adaptação das instalações produtivas para a produção do Accelo. O restante do investimento anunciado, R$ 230 milhões, vai para a ampliação – de 50 mil para 80 mil unidades – da capacidade de fabricação de cabines em Juiz de Fora.
Com isso, o programa de investimentos da Mercedes no Brasil passa a somar R$ 3,2 bilhões no período de 2010 a 2018, sem considerar a construção da fábrica de carros no interior paulista, onde estão sendo desembolsados outros R$ 500 milhões.
No ABC, o investimento extra de meio bilhão vem na esteira de um acordo fechado com o sindicato dos metalúrgicos para reduzir custos trabalhistas na fábrica paulista. Para as novas contratações, a empresa conseguiu redução de 10% da grade de salários, junto com o corte de 20% no piso salarial. Também não terá que dar reajustes salariais acima da inflação até 2017, último ano do acordo.
A montadora já vinha negociando há cerca de um ano com o sindicato formas de diminuir o peso da folha de pagamentos na fábrica de São Bernardo, cujo custo, segundo ela, é o dobro do de concorrentes como MAN, instalada no sul do Rio de Janeiro, e Volvo, de Curitiba (PR). “Chega um momento que não dá mais para carregar isso para não colocar em risco todos os empregados”, disse Philipp Schiemer, presidente da Mercedes no Brasil, numa entrevista dada a jornalista na sede administrativa da empresa em São Bernardo. No encontro, a direção da empresa também informou que, na falta de reação do mercado, vai parar a produção durante todo o mês de dezembro, tanto no ABC como em Minas.
Fonte: Blog do Caminhoneiro
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