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Entrevista com Roberto de Oliveira, presidente da Associação Brasileira do Segmento de Reforma de Pneus – ABR, esclarece, de forma prática e objetiva, alguns pontos críticos sobre o futuro da gestão de pneus, seus desafios para desenvolvimento continuado do segmento de reforma de pneus no setor de transporte. Para desenvolver o Capítulo de Gestão de Pneus dentro do Eixo de Gestão e Manutenção de Frota, o PELT estabeleceu cooperação técnica com a Associação Brasileira do Segmento de Reforma de Pneus – ABR no sentido de apoiar o desenvolvimento profissional para melhoria continua da gestão de pneus. Confira a excelente e objetiva entrevista do presidente da ABR:

1) Como a ABR está avaliando a implantação do Programa Brasileiro de Etiquetagem de Pneus (PBE-Pneus) no mercado nacional?

Positivamente, pois todas as ferramentas que fazem a aumentar o desempenho do pneu, como também à qualidade da carcaça para reforma.

2) Vai trazer benefícios e garantia de maior qualidade para o segmento de reformas?

Sim, melhorando a carcaça aumenta a possibilidade de mais vida do pneu, além de melhorar a economia para o transportador, há o benefício ao meio ambiente, redução de consumo de petróleo e a não emissão de CO2 no ar.

3) Qual é a opinião do presidente da ABR sobre a verticalização do mercado em andamento pelas fabricantes de pneus?

O mercado de reforma está cada vez mais profissionalizado e a reforma de pneu é uma ferramenta de venda para o pneu novo, é natural a participação dos fabricantes de pneus novos na reforma de pneus.

4) Na sua opinião, o mercado de caminhões e ônibus tende a se profissionalizar mais com a incorporação de tecnologias de medição e controle de desempenho?

Sim, para a redução de custos existe a necessidade de melhorar o controle de manutenção, principalmente o item pneu, um dos maiores custos.

5) O mercado ainda sofre com a falta de gestores de manutenção e de frota mais especializados em gestão de pneus?

Sim, para o controle de manutenção, há a necessidade de ter gestores capacitados para cada área. Como setor de pneus é expressivo financeiramente, está pessoa tem que ser especializada.

6) As normativas de pneus deveriam ser mais rígidas para evitar importação de baixa qualidade para reforma e vida útil mais competitiva?

A ABR visando a diminuir o pneu inservível precoce, sugeriu para o INMETRO acrescentar na portaria 554 (etiquetagem do pneu novo), mais um item Robustez da carcaça, onde o consumidor saberá a qualidade do pneu para a reforma de pneu.

7) A indústria de pneus poderia investir em carcaças mais resistentes para suportar melhor as péssimas condições das estradas brasileiras?

O correto é o governo melhorar as condições das estradas e as empresas de transportes conscientizarem sobre o uso de pressão, carga e pneu adequado para cada tipo de rota.

8) Qual é a opinião da ABR sobre a falta de fiscalização nas estradas sobre o sobrepeso de cargas? O que precisamos buscar para que o autônomo ou ETC ainda ganhem maior consciência sobre os danos causados de sobrepesos nos pneus (tonelada/eixo)?

A ABR sempre sugere que o agente fiscalizador seja conhecedor da legislação, e que haja uma conscientização da população dos riscos ocasionado por veículos transportando excesso de peso, independente se é automóvel, vans, micro-ônibus, veículos de carga leves, médios, pesados, extrapesados e transportes de passageiros. A segurança deve estar sempre em primeiro lugar, é com educação que se muda hábito. A punição do sobrepeso deveria ser para o contratante do frete, o transportador e o destinatário do frete.

9) Na questão segurança viária, sabemos que inúmeros acidentes poderiam ser evitados com melhor manutenção de pneus. A fiscalização na estrada deveria aumentar, principalmente, em caminhões extrapesados ou bitrens, que estão fora do padrão de sulcos (TWI)?

A sugestão é que o agente fiscalizador seja conhecedor da legislação e neste caso estarem equipados para medir os sulcos. A conscientização da população também é necessária. As resoluções e portarias tem de ser cumpridas.

10) O mercado nacional de transportadoras ainda não investe de forma intensiva em sistemas de controle e gestão de pneus, mesmo possuindo grandes frotas. Porque ainda gestores de manutenção não conseguem reunir indicadores confiáveis de gestão de pneus para tomada de decisão? O que é necessário para que gestores de frota se conscientizem para garantir gestão mais eficiente de pneus, considerando que custo de pneus representa 9% do custo total da frota?

A dificuldade de investir em sistema de controle é porque a maioria não é completo e as informações para alimentar os sistemas requerem custos maiores de funcionários.

11) Sobre o PELT, quais são suas expectativas sobre o programa, considerando que temos grande potencial em certificação em gestão eficiente de pneus em transportadoras e operadores logísticos? De certa forma, uma gestão mais eficiente poderá trazer maior demanda para o segmento de reformas de pneus com aumento da vida útil dos pneus em operação?

Em um médio prazo, o programa irá superar as expectativas das transportadoras, pois trará respostas que precisas para a escolhas certas de pneus, desenhos e reformadoras. Concordamos que com a eficiência da gestão das transportadoras aumentará a vida útil (maior KM em cada vida), como melhor carcaça para a reforma.

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