Embora os caminhoneiros sejam peça fundamental na cadeia produtiva do país, uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) realizada em 2015 e divulgada em fevereiro desse ano, traçando um perfil do profissional da área, demonstra as dificuldades enfrentadas pelos mesmos.
Perfil dos caminhoneiros: entendendo os profissionais do segmento
Entre os dias 4 e 14 de novembro de 2015 a CNT realizou um pesquisa que buscava apontar o perfil dos motoristas de caminhão, entrevistando 1.066 profissionais, entre autônomos e motoristas de frota.
A coleta de dados demonstrou alguns fatores importantes que reforçam pontos como:
- Necessidade de valorização da profissão;
- Reforço em ações de combate ao uso de drogas entre a categoria;
- Melhora na infraestrutura de apoio nas rodovias.
A pesquisa apontou que os profissionais da área tem em média rendimento mensal de R$ 3.900,00, sendo que os motoristas autônomos conseguem um ganho um pouco maior quando comparado aos profissionais com registro.
Além disso, a idade média dos motoristas é de 44,3 anos, e o tempo médio em que exercem a profissão chega a 18 anos, o que demonstraria a dificuldade em atrair a nova geração de profissionais, por fatores como à baixa remuneração, quando comparada ao volume de trabalho (em média 11,3 horas por dia) e responsabilidade no transporte de cargas.
A isso se soma outros dados como: cerca de 60% apontaram a insegurança/perigo como um dos pontos negativos da profissão, seguido pelo custo do combustível, valor do frete (cerca de 40% afirmam que os valores pagos não cobrem a despesa), rotina desgastante e comprometimento do convívio familiar.
Destaca-se também o fato de que 45,6% dos entrevistados afirmaram já terem recebido ofertas para o uso de substância ilícitas, e que 12,2% dos condutores fazem ou fizeram o uso das mesmas.
Embora a grande maioria afirme conhecer a Lei do Caminhoneiro, a mesma é alvo de diversas críticas, muitos dizem não cumprir os horários de descansos determinados, e destacam a péssima infraestrutura de apoio nas rodovias.
Sobre os pontos positivos, foi destacado a possibilidade conhecer novas cidades/países, seguido pela chance de conhecer pessoas e por ser uma profissão aventureira. Chama atenção que nenhum dos pontos positivos tenha a ver com a valorização profissional ou condições objetivas do trabalho.
Sendo uma carreira fundamental para o funcionamento da economia do país, a urgente necessidade de uma valorização da categoria, não apenas na questão salarial, mas também com relação às condições de trabalho, que impactam diretamente na qualidade de vida do profissional.
Melhorar a infraestrutura existente, promover ações de conscientização, aprimorar as leis já existentes com a participação de profissionais da área, além da elaboração de um plano que estimule a renovação da frota (idade média dos veículos entre autônomos ultrapassa os 16 anos), são algumas das medidas que necessitam ser tomadas e levadas adiante.
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Postado por: Osmar Oliveira – 4Truck | www.4truck.com.br